Pensar sob a luz da ótica múltipla. Ver os mesmos fatos sob inúmeros pontos de vista e conhecer outros pontos de vista sobre um mesmo fato, por mais banal que este seja... É objetivo deste BLOG, adquirirmos um Olhar Plural, que é justamente discutir o que for, para aumentar o alcance de nossa visão de mundo. Afinal, cada visão é provida de uma mistura complexa de virtudes e limitações. Assim, as limitações do raciocínio de uns, são supridos pela virtude dos de outros e vice-versa. Com isso, forma-se o que chamamos de Olhar Plural. Cuidado: a luz da nossa própria razão, as vezes é tão forte que nos ofusca, tornando-nos cegos.

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domingo, 30 de setembro de 2007

Surrealismo

Bom, tomo a palavra hoje para expor meu parco conhecimento a respeito do surrealismo. Estamos entre a primeira Guerra Mundial e a Segunda. A Alemanha forma seu Reich enquanto o mundo das artes começa a pensar sua maneira de traduzir as coisas. O quadro geral que se dispõe é: a arte como algo cartesiano, a pintura expressa aquilo que vê, os romances são histórias contadas com começo, meio e fim com estruturas pré-definidas de ordenamento e a poesia sempre com sua métrica retórica de combinações. O cubismo (descontrução da imagem) por sua vez começa a contraproduzir contra esse pensamento formado a respeito de como é a arte ou como deve ser feita. O impressionismo e expressionismo prestam seus favores à uma arte menos burocratizada. No entanto, no aparecimento do dadaísmo lá pras bandas de Zurique, é onde talvez, se encontra a semente do surrealismo que hoje nos chega aos olhos, ouvidos e coração. O dadaísmo portanto, exclui qualquer tipo de manifestação da razão, e conseguinte, do consciente, do que se pretende escrever ou fazer. Passa o tempo, os dadaístas, sabe-se lá eu porque, dividem-se e, dessa divisão, surgem os primeiros arautos do surreal. André Breton, participante do início do dadaísmo, é quem escreve o primeiro manifesto do surrealismo e o define, algo assim: tudo aquilo que se expressa através da mente sem, entretanto, que qualquer tipo de juízo de valor seja posto sobre, tudo aquilo que brota da mente, do subconsciente, em estado puro, vibrátil.

O surrealismo teve forte inspiração nos escritos de Freud a respeito dos sonhos, é claro que não foi pela leitura de Freud que nasceu o surrealismo, mas... O interessante é que os próprios criadores do surreal se dividiram, Breton (leia-se Bretôn) queria uma arte surreal ligada às idéias marxistas, ou seja, a arte como forma de se contrapor à institutos pré-estabelcidos formalizadores, enquanto que os outros expoentes enxergavam o surrealismo como forma de se distanciar da política, fosse ela qual for.

Então penso que por enquanto é isso, quando tiver mais coisa eu escrevo...

domingo, 23 de setembro de 2007

Po[a][t]ética

Vou publicar um livro de poesias
"Mas poesia não vende, meu amigo"
E neste momento a surpresa me toma
Como não venderia?
Num mundo em que tudo se compra
Luxo
Humanos
Orgasmos
Seria a poesia um ponto de resistência?

E com minhas obras paradas na prateleira
respiro aliviado
Nem tudo é consumo
Insumo
Pagável
Comprado

Estrofes e versos ainda piqueteiam contra o mercado

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Exterminador do futuro, nada mais lógico!

Pelo que sinto, este blog tomou um ar meio que político, pelas minhas vezes, digo, claro. O outro tomou seu viés de sempre. Aqui vai então, o tema de hoje.

Notícia quentíssima, Arnold Schwarzenegger, governador de um dos vários estados dos Estados Unidos (vejam que interessante jogo inútil de palavras), declarou ser totalmente contra a união civil por parte de casais homossexuais e deixou claro que não tornará legal a pretensão supra. O mais fabuloso disso tudo é notar que um austríaco da ordens e estipula o que os americanos devem ou não fazer. Eles que geralmente fazem sempre o contrário (invadem, dominam, destroem e ordenam) provam de seu próprio remédio amargo. O pior é que a classe atingida não tem mais por onde ser atingida, pagam os patos dos demais safados. E o judiciário, aqui e acolá, leva seu trabalho cada dia mais aos seus fins, promover a justiça independentemente de política, doa a quem doer, e segue seu rumo apático na espera de que alguém o provoque.

Aqui e acolá as mesmas misérias, a diferença é que lá os infortunados choram com carrões na garagem, aqui só fazem esperar amanhecer o dia para pegar seu passe pra mais um dia de impasse.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Justiça e Pedro de Lara

Hoje morreu o festejado Pedro de Lara, jurado de inúmeros programas de auditório do também mais do que festejado Silvio Santos. Festejado? Penso que essa palavra não se enquadra muito ao assunto. Não importa, vale lembrar que o nosso querido jurado é escritor e têm vários livros publicados, para saber mais basta acessar o oráculo: Google.

Bom, o importante é que a Justiça do Trabalho mostrou serviço lá pras bandas de Bauru. Fiscalizaram o local e as condições de trabalho dos cortadores de cana. O que descobriram? Nada além do que todo habitante do interior saiba. O transporte é feito por um ônibus caindo aos pedaços, inexiste qualquer equipamento de segurança, exceto a roupa que os próprios cortadores colocam para tal trabalho. O alimento é levado pelos próprios trabalhadores e não há (óbvio) banheiro no local. Tudo isso, segundo o espetacular Ministério do Trabalho, deveria ser fornecido pela empresa que toma o serviço ou pela usina beneficiadora da cana. A repórter perguntou a um dos cortadores se era ruim aquele trabalho. O trabalhador respondeu: "Claro que não moça, é maravilhoso trabalhar de sol a sol sem poder dar uma cagada sequer, ruim mesmo é ter que fazer este tipo de pergunta sabendo que uma bocada de gente vai assistir!"
O fiscal do trabalho, espantado, guardou esta para a posteridade: "Em pleno 2007 as pessoas são obrigadas a trabalhar nestas condições".
Desde que eu me conheço por gente esse povo trabalha desse jeito, o apelido "bóias-frias" não os foi conferido porque usavam bóias de mergulho no corte da cana. E em meio à expansão do biocombustível as autoridades resolvem tomar uma iniciativa. Tadinha da CLT, tadinha da Constituição...