Pensar sob a luz da ótica múltipla. Ver os mesmos fatos sob inúmeros pontos de vista e conhecer outros pontos de vista sobre um mesmo fato, por mais banal que este seja... É objetivo deste BLOG, adquirirmos um Olhar Plural, que é justamente discutir o que for, para aumentar o alcance de nossa visão de mundo. Afinal, cada visão é provida de uma mistura complexa de virtudes e limitações. Assim, as limitações do raciocínio de uns, são supridos pela virtude dos de outros e vice-versa. Com isso, forma-se o que chamamos de Olhar Plural. Cuidado: a luz da nossa própria razão, as vezes é tão forte que nos ofusca, tornando-nos cegos.

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quinta-feira, 31 de maio de 2007

Anoiteci

Sinta o ritmo da noite
o vento cintila no meu peito
o frio envolve meu sangue
que cenarisa minha existência

Sinta o ritmo do silêncio
a escuridão guia os meus olhos
e o ar noturno que respiro
torna-se parte dos meus pulmões

Sinta o ritmo do céu
a lua se esconde nas nuvens
e o gosto do vazio
preenche a minha boca

Sinta o ritmo da escuridão
sensação eterna de ilusão
eu ouço o barulho das sombras
que compassam os meus ouvidos

O ritmo torna-se etério
Eu sou eterno à noite
Fecho os olhos
Anoiteci...

quarta-feira, 30 de maio de 2007

A imoralidade em ser Humano

O que seria a moral, senão uma velha virgem, asmática e senil, tomada pela frustração plena de não ter saboreado a vida? Uma anciã de terço nas mãos, bradando termos sacros, enquanto tem sua mente consumida pelos deleites pecaminosos mais depravados? Uma forma de castração humana, na qual, para que vires um sociável “cordeiro”, és forçado a travar uma épica batalha com o lobo que se revira dentro de suas vísceras? Ah, famigerados valores! Sanguessugas da potência humana e gestantes de quadrúpedes sedentos pelo “pasto prometido”. Aceitamos o cárcere sem questionarmos quais os punhos que redigiram as leis que nos domam, ferem e diminuem... sem nos opormos às verdades pré-fabricadas que nos obrigam a consumir... sem deixarmos que a existência exploda com toda sua intensidade em nosso peito. Nossos verbos conjugam-se no futuro, pois não nos cabe degustar o presente, nem sentir os prazeres contidos no hoje, sob pena de estarmos sendo levianos e insensatos. Presas fáceis do implacável niilismo, caminhamos vacilantes pela trilha do “dever ser”, construída por vícios e pretensões sociais, sem galgar um passo sequer no caminho do “querer ser”... até porque tocar o solo das vontades e dos próprios juízos seria pretender ser demasiadamente humano. Como poderiam os deuses e anjos, sem sentirem o peso da carne, o aroma da matéria e a força do sentir, julgar nossos atos? Como poderia uma sociedade erigida sobre aparências e hipocrisia, deter a pretensão de inquisitorialmente dispor o moral, o certo, o verdadeiro e o inquestionável? E assim, acorrentados a milênios de moralidade irracional e pútrida, temos dois caminhamos a percorrer: o da decomposição do “eu”, sendo encoleirados pela moral e agindo como mais uma peça da engrenagem social de um mundo em que ser humano é imoral; ou o da libertinagem, sendo coroados como senhores de nosso destino, defensores de nossos ideais, apreciadores da esquecida e subjugada vida. Indubitável é a escolha.


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“Bem e mal são preconceitos de deus” (Friedrich Nietzsche)

“Estou farto do lirismo comedido / Do lirismo funcionário público [...]” (Manuel Bandeira)

terça-feira, 29 de maio de 2007

Google: o novo oráculo da humanidade

Oráculos podem ser as pessoas que fazem profecias ou oferecem repostas baseadas em alguma vinculação divina, como também podem ser certos locais, que ganharam esta consideração por ser um espaço onde as pessoas encontravam as respostas que precisavam.
Alguns povos da Antigüidade, senão todos, tiveram seus oráculos, como na mitologia escandinava onde Odin levou a cabeça do deus Mimir para Asgard para ser consultada como oráculo. Existiu até na China, onde o chamado I Ching foi utilizado para proporcionar respostas à dinastia Shang.
Atualmente, após a Era Industrial, ou seja, na Era da informação, houve um rápido aumento desta tecnologia de informação. Vivemos em um mundo onde tudo se transforma em dados, e o sucesso está na melhoria do processamento desses dados.
Os computadores ajudam os humanos a guardar, calcular, prever, rever, simular... e mais uma infinidade de verbos, e por isso, eles são o futuro e nossa impulsão ao futuro.
Mergulhando nesta nova era, nota-se o surgimento de um novo oráculo bastante peculiar, que oferece respostas ou sabedorias do mundo ao mundo: o Google.
Ele esclarece todos os dias a milhares ou milhões de pessoas as suas duvidas, oferecendo-as respostas através deste novo tipo fundamental de substância chamado “dados”, que é armazenada, processada, transmitida, etc.
É evidente: além de seu infinito acervo para as buscas que fazemos, quando estamos em dúvida de como se escreve uma palavra, talvez seja mais fácil procurar no Google, que abrir um dicionário.
Olhem só: o Google vai além das três dimensões normais de comprimento, altura e largura, e lança uma nova versão do Google Earth com quatro dimensões! Obviamente, a quarta dimensão é o tempo. A partir da nova versão 4.0.2413 (beta) do programa é possível visualizar mapas antigos como, por exemplo, o mapa mundial de 1740 ou outros mais antigos, como o da Ásia de 1710. Outras novidades são: google Moon e o google Mars...
Eu não sei onde isso vai parar, mas reconheço que, pra quem trabalha com informações, o mundo seria muito mais difícil ou arcaico sem o grande “Oráculo”...

Operação navalha e "fator brasil" (com minúscula mesmo)

Bom, deixa eu mudar um pouco meu ritmo pra mostrar um pouco de indignação, haja vista fazer tempo que eu não sinto isso. O caso é o seguinte (mui suscitamente vou passar a operação e o que acontece) a Polícia Federal tem todos os seus méritos em todos os casos, porém é preciso ressaltar o seguinte: o estado mais prejudicado até o momento parece ser o do Alagoas. Se analisarmos a dívida dos estados brasileiros veremos que o que tem a maior (embora seja um dos menores em extensão territorial) é o estado do Alagoas. O Collor é senador eleito por qual estado? Não obstante isso, a Ministra do S.T.F. descobre que os políticos envolvidos tem prerrogativas embasadas pela Constituição de seu estado e não pode prende-los. O Tribunal de Contas emitia pareceres contrários às obras da construtora todo fim-de-semana, mas tal órgão apenas parece, não é. O Ministério Público, nosso aclamado fiscal da lei, deve ter prendido algum ladrão de jacas e feito alguma portaria pra classificação indicativa de programas de T.V.
Por fim, sabemos como vai acabar esse caso: à moda italiana, como sempre. E enquanto não fazemos nada, parados em nossa letargia, o Estado brasileiro move sua máquina para processar e encarcerar ladrões de venezianas, de botijões de gás etc, move sua administração para colocar mais alguns radarezinhos nas ruas, esse tipo de coisa que como vemos, resolvem questões emergenciais importantíssimas cuja falta me faz estremecer só de pensar.
Como é BOM viver no Brasil!!!

Imortalidade e humor involuntário

Falemos então daquilo que nos trancede, que nos transmite de geração à geração, a imortalidade... humorística, é claro. Primeiro imortalidade: até 100 anos atrás o único modo de se tornar um "imortal" era pelo meio literário, qualquer forma literária, sua história só seria contada por meio de escribas dispostos ou não a falar de ti. O que acontece é que esses escribas tem um certo "affair", um certo tesão ao descrever cenas um tanto quanto constrangedoras.
O fato é que é bom ser lembrado, mas nem tanto assim. O que seria de Willian Bonner se o vt em que ele imita o Clodovil fosse ao ar todo santo dia? Ou melhor, o que seria do Zeca Camargo se aquela dança do ventre dele fosse divulgada em rede nacional por 10 minutos uma única vez? Podemos entrar pra História (com maiúscula mesmo) de várias maneiras, mas a humorística é, sem dúvida, uma das melhores. Podemos ser lembrados por formar um acordo de paz entre Israel e Palestina ou simplesmente ser lembrado por ter soltado um pum num jantar de gala com Fidel Castro. Podemos ser lembrados por solucionar o impasse do mundo com a Coréia do Norte ou simplesmente por ter tido uma diarréia no salão oval da Casa Branca durante um encontro de diplomatas. Podemos encontrar a cura para o câncer ou simplesmente morrer picado por uma arraia em cadeia nacional!
Escolha é nossa!

Sobre o que eu nem sei quem sou!

sábado, 26 de maio de 2007

Humor involuntário

Um novo e curioso tipo de humor está surgindo com a popularização da Internet. O que me espanta é que ele é irrefletido ou espontâneo e ao mesmo tempo extremamente engraçado!
Este humor involuntário muitas vezes vem da exploração da ignorância de alguns, ou mesmo da exposição de pessoas simples fazendo coisas com as quais não estão acostumadas, ou ainda flagrantes destas em situações vexatórias ou simplesmente hilárias. O que ambas tem em comum é que não foi intenção da “personagem principal” fazer humor ou ser engraçada.
Temos, para começar a ilustrar o exposto, o caso de Ruth Lemos, a nutricionista. Segundo ela, por razões do atraso do retorno do ponto eletrônico, ao responder as perguntas da repórter da Rede Globo, repetia sempre as últimas silabas das maiorias das palavras que dizia. Ficou conhecida como “sanduíche-iche”.
Em seguida vieram outros, como o Jeremias José, encontrado extremamente alcoolizado, porém ainda consciente, pela polícia, e entrevistado por um programa de televisão regional.
Um caso recente e interessante ocorrido deste humor involuntário é o da “Sonia do YouTube”. Sonia aparenta ser uma pessoa simples, com dificuldade para dizer palavras em idioma diverso do português, talvez por não ter tido oportunidade de aprender, o que, no Brasil, por questões que todos sabemos não é nada incomum. A graça está justamente quando o cinegrafista do vídeo tenta ensiná-la a dizer www.youtube.com.
Não vejo mal nenhum neste tipo de humor. Penso que deve-se apenas respeitar a “personagem principal”, de modo que se esta se sentir ofendida, deve-se retirar de circulação da mídia, salvo se for pessoa pública.
Ruth Lemos, no começo, relutou, mas depois registrou a marca e até gravou comercial.
Vejam que interessante: a Sonia aprovou o seu vídeo que está no YouTube e está adorando o sucesso. Até possui um site na Internet (http://www.falasonia.com.br/) sobre isso, com direito a lojinha!
São as coisas estranhas que ocorrem no nosso corrido mundo contemporâneo. E eu confesso que adoro este tipo de humor. Bom, no mínimo acho curioso.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Cultura: como início

Sabe-se que o homem só chegou, ou está onde está por estar sobre os ombros de gigantes, como diria o sábio. Sob este "prisma" entende-se que os "ombros" são a cultura, não de uma nação, não de um povo, mas da raça humana como um todo. Não que isso seja a melhor coisa do mundo, não fosse esses "ombros" não teríamos escravidão, guerras, genocídios, desmatamento etc. O que importa, portanto, é o que de bom essa escalada nos ombros pode trazer.
Sob minha monossilabilidade ótica, a única coisa boa é a arte, também como um todo. A arte, tanto literária quanto artística, musical etc, sempre prevalece sob o jugo de qualquer tirania, guerra e outros malfados. Somente a arte pode nos conduzir, lisos e ilesos, ao ponto do que hoje chamamos "civilização"...
Não obstante, alguns deputados político-religiosos acham que o incentivo à produção artística deve ser dividido com outras formas de manifestação cultural, tal qual a religião. Ora, faça-me um favor!

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Olhar Plural

Sob a luz da ótica múltipla, tem-se a visão dos mesmos fatos sob inúmeros pontos de vista, cada um provido de uma mistura complexa de virtudes e limitações. Destarte, as limitações do raciocínio de uns, são supridos pela virtude dos de outros e, com isso, forma-se o que chamamos de Olhar Plural.
Urge-nos indagar sobre os assuntos e os pontos de vista das pessoas, principalmente os divergentes. Mas não para impor o nosso ponto de vista, mas sim para constatarmos a cegueira de nossa própria visão, ou que a verdade não é uníssona.
O duelo proveniente da colisão de pontos de vista objetiva, portanto, a cada um de nós, encarar a ilusão da própria ótica.
Isto pois cada pessoa possui sua própria experiência de mundo, que foi imposta através do meio, ou seja, tudo aquilo que captamos através de nossos sentidos no tempo e no espaço.
Cada um foi criado de uma maneira diferente. Logo as conclusões das experiências acerca do mundo, bem como a construção de cultura, posicionamentos, opiniões e até o peso da importância dada a cada matéria ou assunto tornam-se diferentes.
Isto faz com que os nossos sentidos captem de maneira diversa o conhecimento de mundo, ainda sem mencionar as diferenças genéticas.
È importante conhecermos outros pontos de vista sobre um mesmo fato, por mais banal que este seja. A luz da nossa própria razão, às vezes é tão forte que nos ofusca, tornando-nos cegos.
Para concluir, desejo que, diante do que foi exposto, é objetivo deste BLOG, adquirirmos um Olhar Plural, que é justamente discutir, para aumentar o alcance de nossa visão de mundo. Acredito que este seja um meio eficaz para entendermos (e não necessariamente concordarmos) com o porquê de tudo.

Mistura cósmica

Não se pode rejeitar a tristeza, e querer só a felicidade. Esta sem aquela se torna vazia. Não se pode rejeitar o azar, pois o caos é o mestre da casualidade, o que torna o mundo como ele é. Também não se pode rejeitar a sombra. A grande beleza de uma paisagem, de uma vida ou de todo o universo vem dos contrastes criados por todos os elementos, acidentalmente ou não, jogados e misturados ao acaso...

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Cacos

Restos de comida no prato
Migalhas de amor, porta retrato
A esponja acaricia a louça fria
Favores, carência. Sequer um elogio...

Espuma e água, se alisam
Carinho, muito liso
Cacos de vidro no chão
Fim, estopim, geração
Entre a linha do ódio e do amor
traição