Pensar sob a luz da ótica múltipla. Ver os mesmos fatos sob inúmeros pontos de vista e conhecer outros pontos de vista sobre um mesmo fato, por mais banal que este seja... É objetivo deste BLOG, adquirirmos um Olhar Plural, que é justamente discutir o que for, para aumentar o alcance de nossa visão de mundo. Afinal, cada visão é provida de uma mistura complexa de virtudes e limitações. Assim, as limitações do raciocínio de uns, são supridos pela virtude dos de outros e vice-versa. Com isso, forma-se o que chamamos de Olhar Plural. Cuidado: a luz da nossa própria razão, as vezes é tão forte que nos ofusca, tornando-nos cegos.

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quarta-feira, 30 de maio de 2007

A imoralidade em ser Humano

O que seria a moral, senão uma velha virgem, asmática e senil, tomada pela frustração plena de não ter saboreado a vida? Uma anciã de terço nas mãos, bradando termos sacros, enquanto tem sua mente consumida pelos deleites pecaminosos mais depravados? Uma forma de castração humana, na qual, para que vires um sociável “cordeiro”, és forçado a travar uma épica batalha com o lobo que se revira dentro de suas vísceras? Ah, famigerados valores! Sanguessugas da potência humana e gestantes de quadrúpedes sedentos pelo “pasto prometido”. Aceitamos o cárcere sem questionarmos quais os punhos que redigiram as leis que nos domam, ferem e diminuem... sem nos opormos às verdades pré-fabricadas que nos obrigam a consumir... sem deixarmos que a existência exploda com toda sua intensidade em nosso peito. Nossos verbos conjugam-se no futuro, pois não nos cabe degustar o presente, nem sentir os prazeres contidos no hoje, sob pena de estarmos sendo levianos e insensatos. Presas fáceis do implacável niilismo, caminhamos vacilantes pela trilha do “dever ser”, construída por vícios e pretensões sociais, sem galgar um passo sequer no caminho do “querer ser”... até porque tocar o solo das vontades e dos próprios juízos seria pretender ser demasiadamente humano. Como poderiam os deuses e anjos, sem sentirem o peso da carne, o aroma da matéria e a força do sentir, julgar nossos atos? Como poderia uma sociedade erigida sobre aparências e hipocrisia, deter a pretensão de inquisitorialmente dispor o moral, o certo, o verdadeiro e o inquestionável? E assim, acorrentados a milênios de moralidade irracional e pútrida, temos dois caminhamos a percorrer: o da decomposição do “eu”, sendo encoleirados pela moral e agindo como mais uma peça da engrenagem social de um mundo em que ser humano é imoral; ou o da libertinagem, sendo coroados como senhores de nosso destino, defensores de nossos ideais, apreciadores da esquecida e subjugada vida. Indubitável é a escolha.


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“Bem e mal são preconceitos de deus” (Friedrich Nietzsche)

“Estou farto do lirismo comedido / Do lirismo funcionário público [...]” (Manuel Bandeira)

Um comentário:

Unknown disse...

Somos realmente guiados e tomados por uma sociedade que impõe regras...Cabe cada um seguí-las ou não. Se nos preocuparmos com o que os outro irão pensar...talvez escolheremos uma vida medíocre, com julgamentos e com medo de não sermos aceitos pela sociedade, pela mída manipuladora de pré-conceitos...Porém podemos ser felizes sendo nós mesmos, fazendo o que gostamos, sem nos preocupar com opiniões alheias e sem viver conforme tabus e manipulações da sociedade. Prefiro o querer ser do que o dever ser....e vc?