Pensar sob a luz da ótica múltipla. Ver os mesmos fatos sob inúmeros pontos de vista e conhecer outros pontos de vista sobre um mesmo fato, por mais banal que este seja... É objetivo deste BLOG, adquirirmos um Olhar Plural, que é justamente discutir o que for, para aumentar o alcance de nossa visão de mundo. Afinal, cada visão é provida de uma mistura complexa de virtudes e limitações. Assim, as limitações do raciocínio de uns, são supridos pela virtude dos de outros e vice-versa. Com isso, forma-se o que chamamos de Olhar Plural. Cuidado: a luz da nossa própria razão, as vezes é tão forte que nos ofusca, tornando-nos cegos.

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Evento migratório

O Olhar Plural, sentiu frio e migrou para o sul... não! Migrou para o WORDPRESS. Você, leitor ou visitante, ou ex-visitante, etc; não deixe de dar uma conferida. Entre em http://olharplural.wordpress.com/ ou simplesmente clique aqui.
Não vou mais postar no Blogspot.
O Wordpress tem todas as postagens e comentários deste blog, portanto, não há diferença quanto a isso. Mas, de agora em diante somente vou postar por lá. Aqui ficará um abandono só...
O Wordpress tem muio mais opções, tais como: criação categoria, de mais de uma página, about, estatísticas, etc.
Estarei por lá.
Tchau Blogger.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

IBGE e cartão corporativo

O recordista de saques pelo cartão corporativo do Governo foi um funcionário do IBGE de Presidente Prudente, o cidadão gastou R$ 96.243,00 apenas no ano de 2007. Esse cartão foi feito para gastos emergenciais ou algum caso urgente, alegou um dos funcionários da citada agência que o pagamento de pessoal e outras despesas foi feita por meio dos saques pelo cartão. Eu trabalhei no Censos 2007, justamente no setor de pagamento e contratação de pessoal, sei, por exemplo, que o pagamento de pessoal não era, nem nunca foi nos outros Censos, feito na agência. A agência contrata, organiza os trabalhos e envia a produção para a Unidade Estadual para que esta sim faça o pagamento, pelo banco. Não havia como fazer pagamento de produção pela agência, somente após concluído o trabalho pelo recenseador, os supervisores enviavam os resultados e, após confirmação pela Unidade Estadual, o dinheiro era creditado no Banco do Brasil (5 dias após a confirmação) onde, para receber, o recenseador precisava estar munido de seu CPF. Os supervisores, que não trabalhavam por produção, também recebiam pelo banco, ou seja, tínhamos data certa para recebimento do pagamento e na contratação o número da conta era exigido para que se fizesse o pagamento.
O tal cartão corporativo quando usado, tinha seus gastos e saques minuciosamente explicados na prestação de contas mensal, prestação essa que minha ex-chefe fazia questão de fazer tudo certinho. Raramente a vi usando o cartão, as despesas extras geralmente eram de pequeno valor (perto dos R$ 96.000,00 eram ínfimos), na maioria das vezes eram para pagar a ajuda de custo do pessoal que fazia o Censo agropecuário por se locomoverem por grandes distâncias. Quando não era por esse motivo, o cartão, salvo engano, era utilizado para abastecer a viatura. Viatura essa que tinha sua quilometragem anotada e vistoriada. Pelo que soube, a região de Valinhos foi a que mais teve problemas no Censo, mas duvido que a despesa emergencial tenha chegado a quase R$ 100.000,00...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Oscar 2008 e o Brasil

Diferentemente do Globo de Ouro, a greve dos roteiristas nos E.U.A. parece não ter surtido efeito na cerimônia do Oscar desse ano. A lista de indicados está disponível desde 22 de janeiro e, surpresa, o filme brasileiro "O ano em que meus pais saíram de férias" NÃO está entre os indicados da categoria Melhor Filme Estrangeiro. Aliás, desde 1999, com "Central do Brasil", que nenhum filme brasileiro entra nessa categoria. Não sei você, mas eu optei por não mais assistir filmes americanos em detrimento dos nacionais, sul-americanos e mesmo os europeus. Conheci títulos incríveis que nunca vi nem poderia ver no cinema, tais como Elsa&Fred (produção hispano-argentina), Vida de Menina (nacional), entre tantos mais que valeram mesmo a pena.
Em si, o que traz de bom o Oscar? Elege os filmes americanos que valem a pena ver. Não quero tirar os créditos dos outros filmes estrangeiros mas "O ano em que meus pais saíram de férias" merecia entrar na disputa. Não só pela história, o filme é bom de verdade, os atores são bons, o ator-guri é excelente e, afinal de contas, ganhou até do ultra-mega famoso, campeão de bilheterias "Tropa de Elite". Se você não assistiu, não perca mais tempo!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Pedofilia e castração química

O assunto mais polêmico dos debates jurídicos de hoje em dia é justamente o título desta postagem, ou seja, a criação do crime de pedofilia erótica (isso porque a palavra pedofilia deriva do latim paidophilos e significa amor à criança) e sua punição com a castração química do condenado. Essa castração química nada mais é que do que a aplicação de uma injeção contendo hormônios femininos. Não sei dizer a quantidade, a qualidade e quais são esses hormônios, mas deve ser bastante estranho, não acha?
O problema surge quando o Estado resolve transformar essa castração em pena, então, os juristas de plantão, correm para as salas de aula e revistas jurídicas expor suas opiniões a esse respeito. Encontrei duas delas no Jornal do Advogado da OAB de São Paulo, uma favor, outra contra. O advogado que, segundo o jornal, opina pelo sim, como bom advogado, não se afirma com o sim tampouco com não, muito pelo contrário. Ele é a favor da penalização caso o condenado aceite essa imposição, também sugere que esse termo "castração química" deva ser banido e substituído por "terapia antagonista de testosterona". O cara que opina pelo não é mais enfático e, na minha opinião, mais certeiro em seu alvo. Também como bom advogado, ampara sua defesa na Constituição e na dignidade da pessoa humana. Outro bom argumento foi o de que não adianta medicação sem acompanhamento psiquiátrico adequado, ou seja, a pedofilia é um transtorno psíquico do indivíduo e, pelo que a medicina sabe, medicação, única e exclusivamente, não resolve muita coisa.
Ambos tem suas razões e ambos são convincentes, mas com o sistema prisional brasileiro que se tem hoje, ambas soluções parecem ficar à merce de qualquer resultado. Imagine você, por exemplo, que pedofilia fosse crime punível com a tal da castração química. Do jeito que o Judiciário anda, se preocupando com Counter Strike e outros games, será mesmo que o tratamento seria devidamente acompanhado por uma equipe de psiquiatras mal remunerados, trabalhando muito (pois os casos são muitos) e com poucos recursos? Pior, onde seria feito esse tratamento? Pelo SUS?

Fonte: Terra Notícias

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Mutilação - Ashurah e Big Brother


Estava eu a ler os blogs que frenquento quando achei isso no Vejo tudo e não morro. É o Ashurah, um ritual islâmico que envolve auto-flagelação tanto com espadas e/ou qualquer objeto cortante, como atesta a foto. É uma manifestação em homenagem ao imame Hussain. É difícil de entender tanto sangue e tanta, imagino eu, dor. Mais detalhes, favor ler a notícia na sua fonte.
O autor do Vejo tudo e não morro parece estranhar também todo essa sanguera, diz não entender (como eu não entendo patavinas) a cultura islâmica e suas "peculiaridades". Bom, eu penso que somos muito parecidos com nossos amigos orientais-médios (é assim que escreve?). Parece estranho mas a dor física, algumas vezes, é bem mais insuportável que a psicológica ou moral. Nós, brasileiros, somos capazes de uma vez por ano, há 8 anos, acompanhar por 3 meses, pessoas dentro de uma casa, cinicamente guerreando por um milhão de reais. Na minha opinião aquilo é uma tortura psicológico-moral, os bródis são insuportavelmente bonzinhos e hipócritinhas... "Eu escolho o marombadão pra ir pro paredão, mas não é nada pessoal". O marombadão responde: "Não tem problema, que isso? Eu agradeço por me mandar pro paredão, me da um beijo aqui, quero agradecer-te de todo meu coração a oportunidade que eu tinha de ganhar um milhão de reais". E se beijam, se abraçam, choram! Eles choram! Eles se amam, se conhecem há trinta segundos e se amam! E estouram panela de pressão, dançam, festinha e quem paga a conta? Os milhões de brasileiros que ligam pra decidir quem perde a grana? Claro que não, afinal de contas um valor irrisório de R$ 0,30 (é um chute, não faço idéia de quanto seja, mas com esse valor da muita grana) é só para pagar as depesas da ligação...

FONTE: http://vejotudoenaomorro.wordpress.com/2008/01/19/
eles-se-mutilam-e-sao-felizes/

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Comportamento em grupo (parte 2)

Bom, pensei bastante, parece que os ingleses tinham uma parcela de razão quanto ao resultado da pesquisa sobre comportamento em grupo, pelo menos no que tange a um pedaço do mundo chamado Alemanha, na época do nazismo. O que ocorreu, de longe, é uma bela amostra dos resultados expostos na entrevista. O tratamento dispensado aos judeus foi adotado pela grande maioria dos, ditos, alemães e aqui surge o problema. A grande maioria adotou o comportamento anti-semita extremado, ou seja, nem todos o adotaram. No livro A menina que roubava livros, o autor colocou em 90% o percentual de alemães que idolatravam o nazismo, o restante simplesmente só se "ferrou", foram contra abertamente e se ferraram muito ou simplesmente não se filiavam ao partido e se ferravam com a intolerância de pensarem diferente, não arrumar trabalho formalmente e essas coisas de regimes totalitários.
Não vou me aprofundar como fiz da primeira vez, porque a intenção é a seguinte: a grande questão do mundo hoje é lidar com o que é politicamente correto e o bom senso, o meio ambiente, o cigarro, a política etc. Quanto ao meio ambiente penso que as coisas mudaram (pra melhor), os políticos pensam milhões de vezes antes de construir hidrelétricas e usar o argumento do "é um investimento de 1 bilhão de reais que compensa qualquer dizimação de florestas e animais". O bom-senso sempre foi e sempre será o inimigo número 1 das escolhas certas. O bom senso é pensamento de grupo, já vem pronto, por isso, é bom ter muito cuidado... O bom senso alemão matou milhões de judeus e russos (em homenagem ao Oscar).
Eu me desvinculei, o que gostaria de ter passado é que a exceção parece ter sido a melhor escolha para aqueles que a fizeram, não sei você, mas eu não dormiria se soubesse que a cada minuto 200 pessoas têm sua vida ceifada porque o orgulho do povo alemão fora ferido e eu sou uma engrenagem disso tudo. O mesmo vale pros dias de hoje em todo e qualquer assunto, de assistir ou não Independence Day (pior filme do planeta) à jogar uma lata de cerveja num rio perto de sua casa, de ver um filme iraniano (com um gordão em cima duma moto metade do filme) à lavar o carro 2 vezes por semana, de tomar vacina em épocas de suspeita de febre amarela à tomar as vacinas nos prazos corretos...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Um pouco de humor

A Desciclopédia está melhor do que nunca, se você não conhece, recomendo. Lá, existe um advogado chamado Hidratante Monange, ele tem esse nome porque salva sua pele! Esse deveria ser o nome de metade dos advogados brasileiros, a outra metade deveria se chamar Cigarro, porque você paga pra se foder...
Uma coisa interessante é a massificação das fotos nesse país. Hoje em dia, qualquer ser vivo em qualquer momento nesse planeta é fotografado, como a cidadã aí em baixo: É difícil de acreditar, mas eu sei que isso realmente aconteceu.
Outro fato curioso, as pessoas não se conformam em apenas tirar as fotos, elas sentem uma necessidade obscena de publicá-las, mostrá-las à humanidade, mesmo quando são totalmente imostráveis. Se você é um desses, recomendo ter mais cuidado, o site Pérolas do Orkut reúne os achados mais interessantes do próprio orkut e os disponibiliza a todo o planeta. Eu mesmo passei horas a me divertir com as fotos (também há outros tipos de "pérolas", ou seja, babaquices escritas pelo Brasil afora), também recomendo.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Comportamento em grupo

Assisti um documentário da BBC na Record News (que a cada dia me surpreende sobremaneira) sobre terroristas: o que os fazia cometer os atos suicidas que tanto prejudicam nosso mundinho ocidental? Estudaram suas vidas, o meio, classe social, e não chegaram a nenhuma conclusão, ou seja, alguns trabalhavam, outros eram universitários, uns eram ricos, outros pobres e alguns de classe média. Nenhum era violento, eram calmos, eram, em suma, cidadãos comuns, como eu, você e todo mundo canta junto! Partiram então da lógica do grupo, ou seja, uma vez dentro a individualidade é anulada em prol de um objetivo maior.
Mostraram então pesquisas de décadas atrás sobre o comportamento de um indivíduo quando imerso num grupo. O grupo era composto por atores e apenas um não sabia o que se passava. Então um cientista fazia perguntas óbvias do tipo: Qual o traço igual ao apresentado na outra folha? O cidadão que não sabia de nada, na primeira pergunta respondeu corretamente mas o grupo, unanimemente, escolheu uma resposta errada. Na segunda pergunta o cidadão, ao invés de responder corretamente, acompanhou a escolha do grupo, mesmo sabendo estar errado. Na quarta pergunta ele foi o primeiro a responder e bingo! Ele respondeu errado SOZINHO! Perplexo ele continuou a responder errado, conforme o grupo. A explicação dos psicólogos foi que as pessoas tem que se sentir amadas, não podem desapontar o próximo, são empáticas e fazem qualquer coisa pra isso e blá blá blá. Esses ingleses burros sempre se esquecem que uma pesquisa com INGLESES só serve como base para explicações de comportamento INGLESES e olha lá, que o que não faltam são exemplos de generalizações incorretas. Foucault é bom divisor de águas quando o assunto é generalização, ele reclamava que faltavam monografias a respeito de presídios porque o que geralmente ocorre são trabalhos sobre toda uma instituição carcerária, isso não funciona dizia ele. Microfísica do poder, ou seja, cada grupo tem sua forma de agir e pensar e, para se chegar a algum tipo de síntese, só estudando o comportamento de cada um isoladamente... A história como base, o presente como firmamento.
Após a análise do comportamento em grupo, o documentário tentou descobrir porque aquelas pessoas aceitavam tranquilamente se matar. Então, mostraram uma pesquisa de décadas atrás. A pesquisa consistia em um professor, sem saber de nada, fazer perguntas a alguém que, a cada vez que errasse, recebia um choque e esse choque, a cada erro, tinha sua voltagem aumentada. No caso, o alguém que respondia as perguntas era um ator que não levava os choques mas o professor não sabia pois ficava sozinho numa sala. O professor seguia dando os choques mesmo com o ator soltando gritos, ameaças e tudo mais. Quando o ator parou de gritar o professor começou a suar frio mas continuou a fazer perguntas e dar os choques (estava a 300V no caso, suficiente pra matar alguém). Ele pergunta se deve continuar com as perguntas, dizem sim, então ele pergunta se deve continuar a dar choques e também, sumariamente, respondem sim. Acreditem se quiser, aquele inglês maluco continuou a aplicar os choques em alguém que supostamente teria desmaiado ou morrido. Eu não lembro qual foi a conclusão que se chegou quanto a isso, mas na minha opinião esse inglês era um nazista...
A conclusão geral foi que: uma vez inserida no grupo, a pessoa acata as ordens sem problema nenhum ainda mais com a vontade de não desapontar seus colegas. É muito fácil não fossem as guerras, as invasões, o domínio econômico, a imposição cultural, os embates religiosos, os embargos comerciais, a prostitucionalização da vida de quem é dominado...