Pensar sob a luz da ótica múltipla. Ver os mesmos fatos sob inúmeros pontos de vista e conhecer outros pontos de vista sobre um mesmo fato, por mais banal que este seja... É objetivo deste BLOG, adquirirmos um Olhar Plural, que é justamente discutir o que for, para aumentar o alcance de nossa visão de mundo. Afinal, cada visão é provida de uma mistura complexa de virtudes e limitações. Assim, as limitações do raciocínio de uns, são supridos pela virtude dos de outros e vice-versa. Com isso, forma-se o que chamamos de Olhar Plural. Cuidado: a luz da nossa própria razão, as vezes é tão forte que nos ofusca, tornando-nos cegos.

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sábado, 9 de junho de 2007

A arte do abstrato

Pois nem tudo é matéria. Agora vou resgatar da arte imprecisa, simbolista, alheia ao concreto: a arte do abstrato.
Quando, como e porquê o homem se apega à religião? Ao misticismo? Em que ponto ele começa a crer na espiritualidade, na transcendência?
Como se explica aquela explosão interna da raiva, ou de amor que se espalha pelo coração, assim como num copo de água cristalina se espalha o pó de café, tornando-a turva?
A ciência diz que tudo é química. Hormônios, etc. Eu leio e gosto.
Mas eu também gosto das explicações poéticas de heterônimos, da arte do sonho, da interação eu-lírico-autor-leitor.
Gosto do texto científico, mas também gosto do texto como arte. A arte da representação do sentimento. A precisão e a imprecisão das palavras.
Há versos em que sinto exatamente o que o autor quis dizer, cujos contornos dados ao eu-lírico são definidos. Porém há outros em que não se tem certeza do que está se descrevendo. Há inúmeras possibilidades de interpretação, vários eu-líricos possíveis, depende apenas do leitor, do que este está sentindo quando lê.
Neste caso não há contornos... Tudo é fumaça. E nesta névoa literária se esconde o mistério, que reflete o próprio leitor.
Também adoro a musicalidade dessa névoa, cujos versos intensificam a camada sonora com assonâncias, onomatopéias, harmonias imitativas...
É incrível quando à esta mistura é adicionado o cromatismo, ou seja, palavras que sugerem cor, e para finalizar, quando há a sinestesia. Nesta, todos os sentidos se misturam. A cor passa a ter cheiro ou gosto. O gosto passa a ter tato. É a arte do abstrato.
Qual é o seu ponto de vista?

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